
O debate foi promovido
pelo SINTESE a pedido dos professores em assembleia e teve como objetivo tirar
as dúvidas sobre o programa do governo federal.
Foram convidados
professores, a sociedade em geral, a prefeitura de Boquim, Sindicato dos
Servidores de Boquim, as secretárias de Educação e de Ação Social e suas equipes,
Conselho Tutelar, Conselho Municipal de Educação de Boquim/CMEB, Câmara de
Vereadores. Destes estiveram presentes professores, e algumas pessoas
representando a sociedade civil, estudantes do EJA, professores
alfabetizadores, do ensino fundamental inicial e final e também o diretor da
Escola Joaldo Barbosa, atual presidente do CMEB.
O
coordenador do programa no Estado é o professor José
Ricardo Carvalho, do Departamento de Educação do campus de Itabaiana e Silvana Bretas
sua adjunta, que veio a Boquim a pedido do sindicato. A professora da
universidade Federal de Sergipe que trabalha com alfabetização tirou as
dúvidas, ouviu e refletiu junto aos presentes sobre o Programa Nacional de
Alfabetização na Idade Certa sobre alguns comentários da professora Noêmia e
outros pontos arguidos pelos professores Jackson, Siniclei,Jonas, Adilson,
Pacheco Jr., o senhor Luiz da Decon e a professora Acácia da rede Estadual:
Metodologia do programa:
Silvana diz
que pela primeira vez uma ideia/metodologia, o construtivismo, virou uma
política de ensino
de um programa, o que dá liberdade ao professor em trabalhar a alfabetização, fora do padrão de outros que não permitem flexibilidade.
Quem assina o compromisso do programa
Reforça ainda
que o compromisso com o pacto é do município, e que o professor não pode ser
obrigado ou persuadido a aceitar o programa, nem seguir os materiais ou as ações
do pacto.

Número de alunos por sala
Antes de responder
sobre o ponto citado a professora reforça que a UFS tem sentado para melhorar e
discutir algumas situações que o PNAIC tem. Concorda que um número grande de
alunos para alfabetizar torna difícil o trabalho docente e que o programa não
observa esta questão.
Os cursos de formação
A professora Bretas
deixou claro que os certificados de 200h não contemplarão qualquer graduação ou
pós-graduação. No máximo pode ajudar no currículo do professor num possível mestrado,
mas que os mesmos não têm valor de graduação.
O professor pode desistir?
Silvana acredita
que exista um período de renovação e é neste período em que se possa trocar de
professor na equipe. Antes disso o professor que assinou o compromisso deve
esperar essa abertura no sistema.
Avaliação
A avaliação é diagnóstica,
mas o preenchimento de fichas individuais que será feito pelo professor é visto
como problema, pois não há como fazer com uma turma de 35 alunos por exemplo. A
equipe da UFS está estudando uma forma de fazer em grupos para facilitar o
acompanhamento. O objetivo das avaliações
externas é para diagnosticar o andamento do programa.
Valorização do professor
Bretas confirma
que para os cursos de formação o professor receberá uma bolsa de apenas de 200
reais. Esse valor já é uma determinação do MEC.
Para os
presentes no debate isso mostra mais uma política de desvalorização da classe que
está diretamente com o aluno todos os dias já que os professores formadores, responsáveis
por orientar
a aplicação dos métodos de ensino,
os professores
orientadores, indicados por cada
secretaria de educação para
repassar o material didático bem
como as propostas
teórico-metodológicas,
receberão bolsas de 750 a 2000 reais.
A coordenadora
Silvana Bretas ficou a disposição para outros encontros sobre o programa a
qualquer tempo em Boquim, pois está otimista sobre o mesmo, mas espera que o
professor tenha clareza e espontaneidade de trabalhar na alfabetização das
crianças e ninguém deve ser obrigado ou até mesmo forçado a aderir ao PNAIC.
“O objetivo do debate foi alcançado e bem
aproveitado pelos presentes. A impressão deixada foi que é sempre salutar e
preciso que o professor possa discutir sobre tudo que se pensa em aplicar como
programa ou políticas de ensino na rede municipal de Boquim.” – avalia o
professor Jonas Vidal, delegado sindical adjunto da base municipal de Boquim.
“Nosso
próximo passo agora é debater o PROJETO
DA ESCOLA DEMOCRATICA E POPULAR – A EDUCAÇÃO QUE QUEREMOS, produzido pelo
sindicato.” – reflete o professor Adilson Ribeiro, delegado de base
municipal de Boquim.
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