Arnaldo Zenteno S.J.
(Da Equipe de Serviços da CNP. Comunidades Eclesiais de Base de Nicarágua)
Fonte: http://www.adital.com.br
Tradução: ADITAL
Nas leituras da Quaresma, o Evangelho nos apresenta três tentações que Jesus enfrentou e superou. Eram tentações que queriam desviá-lo de sua missão como Messias a serviço do povo. E essas três tentações, apesar de que todos nós passamos por elas, de maneira especial os políticos as enfrentam. Poderão vencê-las?
1ª. TENTAÇÃO: O PROVEITO PRÓPRIO. Se és o Messias; se és dirigente faz com que essas pedras se convertam em pão para saciar não a fome do povo, mas tua própria fome. É a tentação de usar seu messianismo em seu próprio proveito. Não se busca em primeiro lugar a vontade de Deus, o amor e a justiça; mas, em primeiro lugar são vistas as necessidades pessoais do dirigente. Jesus multiplicou os pães; porém, para o povo e não para ele mesmo.
E quantos políticos usam seu poder em benefício próprio! Não veem as necessidades do povo com fome. Eles, que eles que já estão fartos, acumulam mais e mais bens; melhores e melhores salários em dólares.
2ª TENTAÇÃO: O PRESTÍGIO. O tentador convida: Se és o Messias, atira-te do alto do Templo. Mostra teu prestígio através de obras chamativas, prodigiosas... Esse Messias seria muito diferente do apresentado por Isaías e do que Jesus encarna; ou seria muito distinto do Messias Servidor Fiel e Humilde que está disposto a dar a vida.
Porém, quantos políticos buscam a fama, o prestígio, o renome, aparecer nas inaugurações dos centros de luxo ou querem ser considerados benfeitores devido às suas ‘boas e desinteressadas’ obras!
3ª TENTAÇÃO: O PODER. Satã promete: se te prostrares e me adorares, vou te dar a riqueza e o poder sobre as nações. A resposta de Jesus é cortante: somente adorarás ao Senhor! E na Última Ceia Jesus lava os pés dos discípulos e nos diz que "Ele não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida por nós. Aquele que queira ser o primeiro, deve tornar-se o último e o servidor de todos os demais". E Jesus nos adverte: "não sejam como os reis que oprimem o povo e ainda querem ser chamados de benfeitores".
Essas três tentações são as que atingem todos os dirigentes e, especialmente aos políticos: usar seu posto, seu cargo, sua influência em primeiro lugar em benefício próprio; buscar a fama e o prestígio antes do bem do povo; e buscar e sacrificar tudo para ter mais riquezas e mais poder. E como estão vigentes essas tentações hoje na Nicarágua? A Quaresma e, especialmente, a Semana Santa, são um chamado de Jesus para que nos convertamos, para mudar nossos passos e não cair em tentação. São também um chamado a não sermos passivos ou indiferentes quando os dirigentes sociais, religiosos ou políticos caiam nessas tentações e oprimam o povo.
De cair nessas três tentações, livra-nos Senhor.
(grifos nossos)
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