Centenas de professores "sepultam Governo
Déda"
Categoria decidiu encerrar a greve e continuar luta
pelo Piso fonte e texto: portal infonet
Ângela Melo fala no ´'velório' sobre continuidade da luta (Fotos: Portal Infonet) |
O
clima foi de tensão na manhã desta terça-feira, 12, durante a assembleia dos
professores da rede estadual de ensino no Instituto Histórico e Geográfico de
Sergipe, local em que foi realizado o ‘velório do Governo Déda’. Após várias
discussões que passaram pelas ameaças de corte de ponte dos grevistas e pela
multa diária no valor de R$ 20 mil devido ao descumprimento à decisão judicial,
a maioria da categoria decidiu pelo fim da greve que completa 58 dias.
A
presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Educação (Sintese),
Ângela Melo destacou a luta dos professores. “Sei que esse é o momento do
sacrifício e de uma coisa eu tenho certeza, seja qual for o resultado da
assembleia, ficaremos felizes por termos uma categoria como a nossa, que
respeita aos chamados do sindicato. Vamos continuar lutando, vamos continuar
colando adesivos nos carros cobrando o pagamento do Piso e realizando atos,
vigílias na Assembleia Legislativa. Nós temos que fazer do Governo Déda um
inferno”, enfatiza Ângela Melo.
Deputada Ana Lúcia disse que a luta vai continuar na Assembleia Legislativa |
O
microfone foi aberto e vários professores se inscreveram para falar antes da
votação. Uns defenderam a desobediência à Justiça [que decidiu pela
ilegalidade] e outros afirmaram temer o corte no ponto, nos salários, enfim, as
possíveis conseqüências.
“Nós
reclamávamos do Governo João Alves por ter cortado o ponto. Ele cortou o ponto
dos professores, mas não cortou a carreira. A gente fica recebendo críticas por
ter votado em Déda, mas eu digo aqui que a gente colocou e a gente enterra”,
afirma o professor Rafael.
De
acordo com o professor Iran Barbosa, o momento não é de banalisar e nem de
desqualificar a greve, mas de colocar os pés no chão. “Estamos em um cenário
muito difícil e precisamos saber as conseqüências de suspender ou de continuar a
greve. Nós somos lutadores, não somos suicidas e tem uma coisa que nos dá
tranqüilidade é saber que o que a categoria decidir aqui, a diretoria do Sintese
vai dar encaminhamento. Mas precisamos saber quais as táticas, os instrumentos
que vamos estar utilizando para fortalecer a luta”, resslata Iran Barbosa.
Na plateia, uma 'viúva do Governo' acompanhava as discussões |
A
professora Ana Lúcia informou que a luta vai continuar na Assembleia
Legislativa. "Amanhã teremos uma reunião com a presidente da Assembleia,
Angélica Guimarães para discutir a situação dos professores e vamos solicitar
que todos os 24 deputados estaduais fiquem do nosso lado nessa luta", diz.
Cortejo
Após
a decisão da categoria em acabar com a greve e continuar a luta em prol de
bandeiras como o reajuste do Piso Salarial para todos os professores, para toda
a carreira, em defesa da escola pública, gratuita e de qualidade, os professores
saíram em cortejo pelas ruas do Centro comercial, levando um caixão com um
boneco simbolizando o governador Marcelo Déda, várias coroas e as mulheres
usando véus pretos.
Cortejo pelas
ruas do Centro
|
O
ato foi encerrado na Praça Fausto Cardoso, em frente ao Palácio Museu Olímpio
Campos, onde foram colocadas tendas protegendo uma catatumba montada para o
sepultamento. Várias pessoas que passaram pela praça pararam para saber do que
se tratava.
Por
Aldaci de Souza
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